quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

EDUCAÇÃO: INFORMAÇÃO A MIL LOUCURA Á VISTA




A precocidade com que as informações são jogadas para as crianças no presente momento é incrível; e todo mundo acha lindo a criança precoce - se comparados com os pais; boa parte das crianças são gênios; depois algumas pessoas teimam em desconsiderar a lei de progresso: cada geração deve ser mais avançada do que a anterior.

Mas a coisa tá muito rápida; e muita gente vai pirar; daí:
Seria muito bom se na escola fossem ensinadas coisas práticas, simples e inteligentes para vivermos com qualidade; ao contrário, recebemos um monte de informações que serão usadas apenas em provas e vestibulares; pois o sistema é voltado para a profissionalização; mesmo assim, seu desempenho não é lá essas coisas, tantos são os profissionais desqualificados uns; infelizes outros; e desempregados outro tanto.

O maior estrago produzido pelo excesso de alguns conteúdos e pela falta de outros da máxima importância, é no desenvolvimento da neura cuja marca registrada é a extrema capacidade de competir. Na corrida pelas melhores posições; as de destaque e as mais rendosas; quem chega á frente, não importa em que condições; é proclamado, o vencedor.

A brincadeira é perigosa; pois desde muito cedo se ensina a criança a desrespeitar seus limites e o seu ritmo natural, sistematicamente. Nos conteúdos se apresenta á criança leis da matemática, física, inclusive a lei da inércia; mas não se prova a necessidade de as colocarmos em prática na vida real. A da inércia é capaz de levar muita gente á loucura ou á morte; pois não temos botão de liga e desliga.


A cultura voltada para conquistar posições, dinheiro, fama, glória a qualquer custo e a qualquer preço, criou a sociedade de consumo. Nela nos consumimos num turbilhão de expectativas e desejos que logo se transformam em ânsia e angústia, simplesmente porque vimos os outros fazendo isso; e sem questionar.

Em algum lugar do passado, um gaiato talvez até sem saber por que, inventou a seguinte brincadeira de criança. De repente, alguém grita: “quem chegar por último é a mulher do padre”, essa palavra de ordem era o suficiente para encontrões, tombos, rasteiras e ralados, ninguém queria ficar como último para não ouvir o coro: “mulher do padre! mulher do padre”; até hoje, ninguém sabe dizer claramente o que de tão ruim significava ser a mulher do padre.
A sociedade de certa forma incorporou essa brincadeira da mulher do padre. Hoje quem comprar por último o objeto do desejo mais recente é a mulher do padre. Ela talvez simbolize aquele que ainda não tem isso ou que não faz aquilo primeiro e mais do que os outros.

Vivemos em desabalada carreira nos atropelando e ralando uns aos outros para não virarmos a mulher do padre.
Brincadeira perigosa que nos fez perder o senso de limites até o extremo; para tornar a brincadeira mais maluca ainda, faltou dizer com clareza qual era o objetivo; ninguém falou e ninguém perguntou; daí que estamos esgotados, no fim da picada, e até identificamos durante essa loucura que alguns fatos importantes e, algumas ocorrências influenciam demais a nossa existência.
Perceber; nós percebemos, mas seja para não ouvir o coro: mulher do padre! Ou para não abrirmos mão de nenhum interesse mais imediato, seja ele importante ou não, fingimos não ouvir para brincarmos de outra coisa; e devemos criar coragem de parar porque a brincadeira acabou; tá perdendo a graça (em alguns lugares do mundo a moda é não consumir e andar mais devagar na vida) - como ninguém quer dar o braço a torcer, deixamos a coisa rolar para ver no que vai dar; e, quase sempre nos damos mal e, depois, é sair correndo atrás de consertar o prejuízo: receber alta médica ou do hospital, conseguir pagar as dívidas, arranjar novo emprego, novos amigos, novo amor, sair da cadeia, esperar que haja vida após a morte, etc.

O estilo de vida neura torna-se um fardo difícil de carregar, e desde cedo, pois algumas crianças sinalizam aos adultos que não é esse o seu ritmo de andar pela vida, não são preguiçosas nem doentes como muitos imaginam e as rotulam; e logo o sistema as interpreta como problemáticas, e, não demora, elas estão sob a mira de profissionais recebendo rótulos.

Lucro e conhecimento fazem parte da Lei de Progresso; o que se faz necessário é adequar a velocidade das informações e dar-lhes utilidade para que as crianças de hoje consigam chegar á vida adulta; produtivas e acima de tudo felizes. Já há por aí, crianças praticamente aposentadas por invalidez de todos os tipos.
Diz o bom senso que uma boa educação deveria regular o fluxo de informações e também dar-lhe alguma utilidade prática.
Ainda bem que há por aí, um bando de crianças e jovens se rebelando; mesmo pagando o “caro” preço de serem rotuladas – quem sabe esse comportamento desperte nos responsáveis a idéia de repensar.

Namastê.

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