sábado, 28 de janeiro de 2012

COMO RETORNAR AO SER PENSANTE




Embora eternos aprendizes; nós somos mestres e alunos uns dos outros o tempo todo.

Quem chegou primeiro na sala de aula em 3D (adultos, familiares e sociedade) tem como dever recepcionar os novos colegas (crianças) com acolhimento e respeito.

A finalidade básica de estarmos em sala de aula é aprender a desenvolver a capacidade de pensar para melhor exercer a liberdade com que Deus nos presenteou; harmonizar e adequar os sentimentos para melhor Senti-lo em nós, nos outros e em tudo; expandir a consciência para que descubramos passo a passo o que Ele espera de cada um de nós e de todos.

Chamamos a esse desafio: Educar a alma.

Teimosamente separamos a proposta de educar a alma das atividades em 3D. Fizemos questão de confundir educação com instrução; são complementares; mas absolutamente distintas. Claro que se houver interesse é possível educar instruindo ou instruir educando.

A base de todo processo educacional é tão simples que assusta; já que retira o poder de um sobre o outro; acaba com todo tipo de padronizações; sistemas; poder; corrupção; violência...

A criança deve ser estimulada e orientada a:

Observar, refletir, duvidar e experimentar para desenvolver a capacidade de discernir.

Apenas isso.

Mas, um dos desafios a serem superados:
Estamos num processo de recriação; não mais de apenas criar.
Exemplo: uma criança que nasce ou renasce aqui em 3D não é um livro em branco; é um ser com bilhões e bilhões de anos. Aberto, escancarado para quem quiser ler – sim, filhos vêm com manual de instrução particularizado, despadronizado. Embora parecidos o manual do filho A não tem nada a ver com o do filho B; muito menos com o do filho do vizinho.

Ao mantermos nossas crianças na camisa de força das convenções e da normalidade; nós criamos seres pouco pensantes.
Temos uma forte tendência ao comodismo.
Em situações confortáveis, nossa vida é gerenciada pelo piloto automático, que é o subconsciente. Um problema sério, é que as diretrizes que o comandam são muito antigas, e estão defasadas desta nova realidade: a vida está mais acelerada e complexa. A cada dia novos conhecimentos são incorporados à vida humana sem que as pessoas estejam preparadas para usá-los; daí o número cada vez maior de crianças com graves problemas de comportamento até rotulados como psiquiátricos, além do aumento das doenças físicas.

O que fazer para recriar uma educação mais compatível com as finalidades da vida e mais adequada ao momento presente?

Quando se deseja de verdade e com honestidade de propósitos, tudo é possível:
Em virtude desse mecanismo de contra/evolução educacional predominar; uma forma bem antiga, simples e fácil é usar o próprio sofrimento ou a doença como um recurso pedagógico.
Qualquer sensação de sofrer deve e pode ser usada para aprender.
Exemplo:
Vamos usar um quadro ou conjunto de sintomas muito comum na atualidade denominado gastrite que já atinge até crianças pequenas: dor de cabeça, indisposição, saliva espessa e aumentada, azia, fermentação, digestão lenta, queimação, etc.
Usando a técnica da educação natural: Observar, refletir, duvidar e experimentar para desenvolver a capacidade de discernir; é possível ajudar a criança a curar-se para sempre; diferenciando-se dos seus pais e adultos da atualidade.

Como praticar?
O primeiro passo é parar para refletir e identificar que tipo de pensamentos, sentimentos e atitudes possam estar relacionados com essas sensações.
Depois, é preciso analisar a quantidade, o tipo e as misturas de alimentos ingeridos naquela digestão.
Tudo deve ser anotado, pois a vida atual não comporta mais a forma informal de gerenciar a vida.
Feitas as anotações, deve-se partir para os testes, e para as experiências.

Não adianta dizer que é difícil; e seguir os padrões de tomar remédios.
Sempre é fácil, para quem tenta desenvolver a boa vontade em identificar os envolvidos íntimos no seu sofrer.
Um cuidado importante é evitar destruir as “provas do crime” com medicamentos, sem antes recolher os indícios para usar em provas e contraprovas.

Descobertos os envolvidos, a fase seguinte é optar, decidir no que vale ou não a pena investir em mudanças.

Como a vida hoje é cada vez mais rica em detalhes, quando se conhece a lei da relatividade ela pode ser tornar mais fácil e gostosa de ser vivida.

O conhecimento é sempre o primeiro passo, na seqüência: vontade de mudar, seguida, da persistência ou esforço, e depois são necessárias as repetições da experiência e o tempo.

Quem diria que educar-se e colaborar na educação do outro, compartilhando, é apenas:

Observar, refletir, duvidar e experimentar para desenvolver a capacidade de discernir.


Pensar não dói.

Namastê.

sábado, 14 de janeiro de 2012

A DIETA ESPIRITUAL DO BRASILEIRO




O ato de comer é um dos melhores recursos pedagógicos; pois comemos várias vezes ao dia, todos os dias.
Observando o que e como nos alimentamos torna-se possível deduzir sobre várias coisas; até a respeito de nossa evolução pessoal e social. Correlacionando nossa cultura religiosa com o cardápio, é possível fazer algumas observações.

Nossa dieta básica: uma saladinha; arroz e feijão; mistura; ás vezes uma sobremesa e nos intervalos guloseimas.

A salada representa nossas crenças.
O povo brasileiro é o rei do sincretismo, assimilamos qualquer tipo de crenças e misturamos rituais com incrível facilidade. Exemplo, boa parte das pessoas, mesmo sendo de outra religião, apela para a umbanda quando precisa resolver alguma coisa mais urgente na parte material ou de obsessão. Temos católicos praticantes e não praticantes. Espíritas atuantes e outros simpatizantes. Esotéricos que estudam e praticam; outros que nem são tão esotéricos apenas adoram colecionar imagens de gnomos, duendes, fadas, pedras. Praticantes e simpatizantes da seicho-no-ie. Muita gente vai á Igreja Messiânica apenas para tomar o johrei. Evangélicos praticantes e outros não. Praticantes do Budismo e simpatizantes, etc.
Se as pesquisas fossem mais específicas certamente nós teríamos mais simpatizantes em qualquer religião do que praticantes – essa atitude de praticante ou não, reflete uma postura política e social: adoramos privilégios e não muito chegados em direitos; o motivo é simples: direitos têm que ser exercidos.

Até que ponto esse sincretismo é saudável ou não; merece mais pesquisas. Um dos reflexos negativos na parte política pode ser a falta de identidade e de ideologia dos partidos políticos que se tornam um aglomerado de interesses de pessoas e de grupos. Um lado positivo é que não temos muitos problemas de preconceito religioso; católicos se casam com praticantes do judaísmo; evangélicos com budistas; e todas as combinações possíveis. As pessoas mudam de religião como mudam de partido político; o que nos torna uma sociedade bem plástica e maleável, mesmo que com problemas de identidade.

O arroz com feijão que nos enche a barriga combatendo a fome e suprindo as necessidades mais básicas representa nossa realidade no trato com o Divino: tudo vai para as costas de Deus. Nas experiências representa o contato com a realidade.


A denominada “mistura” representa nossas expectativas e esperanças. Cada grupo social tem possibilidades de suprir seus sonhos e expectativas de forma diferenciada através da comida. Passar fome real até alguns anos era algo seletivo e que exigia esforço; as pessoas tinham fome de guloseimas – era mais uma fome de expectativas e de sonhos de consumo do que fome real.

Os temperos bastante diversificados representam nosso jeitinho brasileiro de ser e de viver.

O uso de digestivos após as refeições espelham nossa cultura do quebra galho, da gariba. Somos mais adeptos das coisas provisórias do que das definitivas; alguns governantes conseguem terminar um mandato usando apenas medidas provisórias.

Guloseimas entre as refeições são as ilusões. O consumo de guloseimas tem trazido consigo especialmente entre as crianças e os jovens muitas doenças e problemas.

Nossa hospitalidade é marcante: “onde come um comem dez”; representa a tendência entre os mais pobres de compartilhar: “basta por mais água no feijão”. Nossa sociedade é única, pois entre os mais carentes e necessitados a compaixão e o compartilhar é mais habitual do que entre os mais abastados.

Adorar uma boca livre representa nosso estilo Macunaíma de viver.

O sincretismo está no DNA cultural; até na comida nós somos adeptos da gororoba e do grude – mistura-se tudo no prato, salada, arroz, feijão, mistura, e se bobear até a sobremesa.

Se reformularmos os hábitos de dieta nós iremos modificar alguma coisa de nosso comportamento social, na postura política, e até nas práticas religiosas?
Assunto interessante que começamos a alinhavar no livro “Quem ama cuida”.

Bom apetite.